Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/481

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hum novo mantimento que alli comeram, que foi carne de Elefante, porque cem artilheria, hum dos fete que a náo levava foi morto; e como a gente eílava defcjofa de carne frefca, eíla fe repartio per todalas náos. Pcdralvares vendo como era falíò a náo levar efpeciaria, e tudo fe converteo naquelles fete Elefantes, ficou muito defcontente, e mais quando íbube náo fer fazenda dos Mouros de Meca, fenao de deus mercadores de Cochij, como atrás diíTcmos. E porque náo refpondia a carga da náo com as informações, que Aires Corrêa tinha per Coge Cemecerij, e em feus modos o tinham por homem faifo, fentio que tudo iíio eram induftrias fuás, a fim que toda a terra eftiveífe mal comnofco poílo que não foubeffe os artificies que pêra ifto teve, e avifou a Aires Corrêa, que nao confiaífe mais de fuás palavras. E fe a tomada defta náo náo fervio á malicia de Coge Cemecerij, fervio pêra temorizar aos Mouros de Calecut, e ao Çamorij, o qual com eíTes mais principaes, quando viram a grandeza da náo, e fouberam a gente que trazia, comparando iílo ao navio S. Pedro, que feria de até cem toneis j ficaram mui aíTombrados, e fem efperança de nos poderem oíFender per guerra. E fervio também, pêra fe ganhar amizade com ElRey de Cocliij, ordenando el-

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