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DA FRANÇA AO JAPÃO
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para quem se dirige para o occidente, se mostrão Pouzzoles, Baja e o cabo Missenea. No sul, vimos ao longe, as alvejantes aldeias de Castellamare, Vico, Sorrento e Campanella.

Apenas o Ava aferrou perto do porto militar, descemos a terra anceiosos por visitar, na antiga Parthenope[nota 1], os grandes monumentos d’arte do seu famoso musêo, symbolos indeleveis que resumem a historia da arte de todos os tempos, desde os Imperadores Romanos até o presente.

A nossa visita ao antigo muzêo borbonico foi d’esta vez de corrida; e apenas pudemos admirar no seu conjuncto ás maravilhas que ahi se vêm, e que parecem desprender doces effluvios, em honra dos genios creadores que adejárão para a eternidade, porém, depois de animar o gelado marmore e de estampar em simples telas, verdadeiros poemas de suas ardentes imaginações.

Logo, ao entrar, vêm-se no vestibulo bellas composições pintadas sobre madeira, diversos arabescos e outras pinturas decorativas que só merecem interesse secundario.

Seria impossivel descrever tudo que vimos na extensa galeria de quadros do muzêo de Napoles; nem este livro comportaria tal descripção, nem durante as visitas que fizemos posteriormente ao musêo, o tempo nos sobrou para contemplar, ainda que por instantes, todas as bellezas que ahi se achão expostas.

Apenas diremos o que vimos de mais notavel ou o que mais attrahio nossa attenção por qualquer circumstancia. Dominico Gargiuli, Annibal Carrache, Guido Reni, Miguel Angelo, são os representantes da supposta escola Napolitana bem que nenhum destes grandes artistas tivessem seu berço em Napoles. Suas obras primas encontrão-se em alguns musêos da Europa, porém, o de Napoles possue a maior parte senão as mais celebres.

O Anjo da Guarda uma das mais famosas obras primas de Dominico chama a attenção de todos os visitantes, pela belleza de expressão e suave colorido.

Notas do Wikisource

  1. Antigo nome da cidade de Nápoles.