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DA FRANÇA AO JAPÃO

apreciado pelos leitores), sobre a falsificação; elle conveio em trocar as pedras falsas por vinte e cinco lindas perolas, porém, nem desta vez, escapamos; sete perolas erão verdadeiras imitações, como depois verificamos, entretanto na apparencia, côr e tamanho todas erão perfeitamente semelhantes.

A historia primitiva da Ilha de Ceylão é muito obscurecida pelas figuras e allegorias maravilhosas que difficultão o estudo sobre os povos asiaticos.

O que se sabe de positivo é que, em 379 da nossa era, depois de ter sido Ceylão o imperio de grandes e numerosos monarchas, a religião de Budha foi ahi introduzida por um padre de nome Mihiduma.

Segundo a tradição ingleza, elle atravessou os ares e parou no rochedo de Amuradapura, no momento em que o rei desta região por ahi passava.

O Rei ficou attonito vendo este homem com largas vestes amarellas, atravessar o espaço e pousar sobre o rochedo; então, o missionario fallou-lhe em nome de Budha; converteu o rei miraculosamente e esta religião foi ordenada em toda a ilha.

Sómente no seculo XVI os portuguezes forão pela primeira vez á Ponta de Galles, por occasião de grande temporal que obrigou o almirante Lourenço de Almeida a procurar refugio em algum ponto da costa. Reinava então na ilha, Darma Praccaram, que, sabendo da chegada de estrangeiros á ilha, mandou um grande da sua côrte recebe-los e offerecer-lhes hospitalidade.

Os portuguezes demorarão-se ainda algum tempo em Ceylão, e alguns mezes depois, nova frota veio encarregada de explorar as costas da ilha. Comtudo, n’esta occasião não julgarão os portuguezes poderem com vantagem estabelecer uma feitoria em qualquer ponto da ilha, cujos habitantes erão numerosos e o reino achava-se em completa paz; porém, alguns annos depois, morreu Darma, e a guerra civil apresentou occasião propicia aos ousados navegantes para se apoderarem de Colombo, onde levantarão altas muralhas que forão guarnecidas com boa artilheria.