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Página:Diana de Liz - Memorias duma mulher da epoca.pdf/130

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Um chá da
meia-noite,
nas Avenidas
Novas


 
Salão burguês, banal e confortável. Onze e meia da noite. Algumas senhoras ensossas e uma picante; um escritor modernista, dois militares relusentes e de cabeça ôca, um antigo conselheiro, já corcovado e de cabeleira branca e mais dois vagos sujeitos que ninguem sabe quem são. Ambiente familiar.

A DONA DA CASA (meia-idade, aprumada, falar meigo, em voz baixa á senhora picante) — O conselheiro é muito distinto, não é?

A SENHORA PICANTE (no mesmo tom) — Assim, assim. Os colarinhos é que não estão grande coisa...

A DONA DA CASA — Coitado... Ele é viuvo...

A SENHORA PICANTE — Mas não tem uma governante em casa?

A DONA DA CASA — Parece que sim. Em geral todos os conselheiros viuvos têm governante.

UM DOS MILITARES (que ouviu a frase, desageitadamente e em voz alta) — O primeiro foi o Acácio.

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