cultura do trigo e descobrindo a malaguẽta ; foi ou tra vez a Portugal, de onde regressou em 1607, parecendo pelos seus escriptos que estivera tambem nas possessões da corôa portugueza na Asia. Escreveu:
— Relação do naufragio que fez Jorge Coelho, vindo de Pernambuco em a sua nau Santo Antonio em o anno de 1565. Lisboa, 1601 — Esta obra foi reimpressa no segundo tomo da « Historia tragico-maritima » de Bernardo Gomes de Brito, publicado em Lisboa em 1636, de pags. 1 a 59, e na Revista do instituto historico, tomo 14°, de pag. 279 a 314. As duas ultimas edições tem por titulo:
— Relação do naufragio que passou Jorge de Albuquerque Coelho, vindo do Brazil no anno de 1565 — e a primeira é seguida da
— Prosopopea dirigida a Jorge de Albuquerque Coelho: poema — escripta em oitava rima, que foi reimpresso e fielmente reproduzido da edição de 1601 pelo bibliothecario da bibliotheca nacional, Rio de Janeiro, 1872. O Visconde de Porto-Seguro se inclina a crer que este poema fosse da penna de um certo Antonio da Costa, que foi mestre do Duque de Bragança, dom Theodosio. Não conheço as razões que o levaram a isto. Entretanto o mesmo Visconde transcreve no seu Florilegio da poesia brazileira uma parte da Prosopopéa, a Descripção de Pernambuco, sob o nome ele Bento Teixeira!
— Dialogos das qrandezas do Brazil. Interlocutores Brandonio e Alviano — Existia o manuscripto na bibliotheca nacional de Lisboa com a declaração na primeira pagina de ser composto por Bento Teixeira, e a folha 11 « Até o anno de 1618 ») e delle obteve uma cópia o conselheiro José Feliciano de Castilho que começou a imprimir no Iris, periodico de religião, bellas artes, sciencia, etc., tomo 3°, Rio de Janeiro, 1850, pags. 107, 177, 218 e 253. Infelizmente, porém, cessando a publicação do Iris, só veiu á luz o primeiro dos seis dialogos de que se compõe a obra, e em que dá-se noticia de todas as capitanias do Brazil. O Conde de Vimioso possuia em 1786 um manuscripto desta obra. Não sei qual dos dous era o original.
O citado Visconde de Porto-Seguro, referindo-se ao abbade Barbosa Machado, que dá noticia do livro, asseverando ser escripto por Bento Teixeira Pinto, não se inclina a acredital-o. « Não estamos dispostos, diz elle, a dar-lhe inteiro credito, fundados n'um ponto da vida de Bento Teixeira Pinto, que não julgamos conformar-se, e nas informações do addicionador da bibliotheca de Pinello, tomo 3°, col. 1714, que são do theor seguinte: « Brandaon, Português, vicino de Pernambuco, Dialogo de las Grandeças del Brasil, que contiene muchas cosas de la chorografia i historia natural de aquel pais, Ms. en la Liberia del Conde de Vimiero en português. »
« Nesta mesma columna, continúa Porto-Seguro, vem um pouco acima: Benito Teixeira, Tratado de la Grandeça e fertilidad de la provincia del Brasil ô nueva Luzitania e discripcion de Pernambuco, segundo Franco, en la Bihlioteca lusitana. »