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Página:Diccionario bio-bibliographico cearense - volume terceiro.djvu/128

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errante e perseguida, andrajosa e faminta, uma pobre louca nas ruas d’esta cidade. A Santa Casa de Misericórdia deve-lhe muito e muito, e pode-se dizer, sem hyperbole, que ao seu impulso fecun¬ do elevou-se á altura em que ora a vemos como um com¬ pleto monumento de caridade. Foi por alguns annos o seu Vice-Provedor, e durante o tempo de seu mandato consi¬ derou-a como um prolongamento do seu lar. A morte surprehendeu-o quando projectava realisar um dos mais instantes melhoramentos do Ceará, cuja ne¬ cessidade cada vez mais se torna imperiosa: o do serviço dos esgotos. Elaborára igualmente o projecto e tinha reunidos todos os elementos para uma estrada de ferro para o norte do Estado. O que tracejamos largamente neste ligeiro e rapido esquisso, apenas delineado para simples satisfação de um dever imposto pela nossa missão, nada é, se penetrarmos no sanctuario de sua vida intima apanhando-a em plena flagrancia. Ahi, porém, não nos é dado entrar, para trazêl-a á luz do sol da publicidade. Todos sabem pelo coração o que lá se passava debaixo du olhar de Deus. Era o Visconde de Cauhipe Vice-Consul d’Austria e Moço Fidalgo da Casa Real de Portugal. Era Tenente-Co¬ ronel da Guarda Nacional e Commendador da extincta or¬ dem da Rosa. Seu nome baptisa um dos mais lindos e opulentos boulevards da cidade. O Ceará Illusirado presta-lhe assim o seu tributo de analyse civica, ornando-se hoje com o seu retrato, cuja contemplação deve ser e é para todos nós fervoroso esti¬ mulo para caminharmos sem vacillações e incertezas na via larga do dever moral, da honra e da dignidade». No livro Familias Titulares e Grandes de Portugal a noticia sobre Severiano Ribeiro da Cunha remata assim : Visconde—Decreto de 1 de Março de 1873. Brazão d’Armas—Escudo esquartelado, tendo o supc- 118