Vieram encontrar-me submergida assim na minha felicidade. Interrogaram-me; porém eu só ouvia os cânticos de minha alma cheia das melodias do meu amor. Não lhes falei, com receio de profanar a minha voz, que eu respeito depois que ela te confessou que eu te amo. Não deixei que me tocassem para não te ofenderem no que é teu.
Quero guardar-me toda só para ti. Vem, Augusto: eu te espero. A minha vida terminou; começo agora a viver em ti.
Tua Emília.
"
São onze horas.
Recebo agora esta carta, aqui na cidade.
Quando fugi ontem de Emília, tinha tão grande terror de mim mesmo, que não me animei a ficar no Rio Comprido.
Acabando de ler o que ela me escrevera, pedi a Deus que me desse coragem para resistir:
— Senhor! Vós sabeis que eu não devo amar essa mulher! Seria uma infâmia!...
Achei Emília sentada em uma cadeira, absorta em seu enlevo. Vendo-me, toda essa bela criatura assumiu-se num só e inefável sorriso para cair aos meus pés, difundindo sua alma nestas palavras impetuosas:
— Eu te amo, Augusto!
Depois continuou repetindo uma e muitas vezes