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Página:Diva - perfil de mulher.djvu/35

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No meio dessa multidão jovial, Emília tinha uma atitude de corça arisca, eriçando os velos macios e estremecendo aos rumores vagos da floresta. A menor palavra, um vestido que roçava, uma sombra a projetar-se a assustavam. Contudo, às vezes à força de vontade, ela arrancava dessa mesma timidez audácias ingênuas, que não teria uma senhora: erigia a fronte com altivos desdéns, e fitava em face qualquer homem que a olhava.

Cumprimentei-a. Inclinou a fronte, não para corresponder-me, mas para esquivar-me o rosto. Quando lhe pedi a contradança, creio que ela fez um grande esforço, porque o seu pescoço de cisne perdeu a doce flexibilidade: ergueu a cabeça com certa aspereza.

Pôs os olhos em meu rosto, e correu-me um olhar frio e gelado, que me transiu.

— Não, senhor — disse com a voz seca e ríspida.

Ainda eu estava imóvel diante dela, quando chegou-se pressuroso o Barbosinha:

— Já tem par para esta contradança, D. Emília?

— Ainda não tenho, não senhor; respondeu ela com a pronúncia clara e vibrante.

— Então, faz-me a honra de dançar comigo?

Levantou-se para tomar o braço do cavalheiro. Eu tive uma vertigem de cólera; era a segunda vez que essa menina humilhava-me.

D. Leocádia passou nessa ocasião.

— Ah! Não quis dançar com Mila?