não consentia que a manga de uma casaca roçasse nem de leve as rendas do seu decote.
Uma noite, dançando com o Amorim, sócio de seu pai, recolheu a mão de repente, e deixou cair sobre ele um dos seus olhares de Juno irritada:
— Ainda não sabe como se dá a mão a uma senhora? disse com desprezo.
Proferidas estas palavras sentou-se no meio da quadrilha, e nunca mais dançou com ele. O Amorim em uma das marcas, tinha-lhe inadvertidamente tomado a mão, em vez de apresentar-lhe a sua.
Freqüentava as reuniões de D. Matilde um moço oficial de marinha, o tenente Veiga. Tinha uma nobre figura e o cunho da verdadeira beleza marcial. Era um dos mais ferventes adoradores de Emília. Tirando-a para dançar uma noite ela ergueu se e ia dar-lhe o braço; mas retraiu-se logo e tornou a sentar.
— Desculpe-me. Não posso dançar!
— Por que motivo, D. Emília?
Ela calou-se; mas fitou-lhe as mãos com olhos tão expressivos que o moço compreendeu e corou:
— Tem razão. Tirei as luvas para tomar chá e esqueci-me de calçá-las.
Estes e muitos outros pequenos fatos eram comentados no salão de D. Matilde pelas outras moças, que não perdoavam a Emília tantas superioridades, como ela tinha; pois cingia-lhe a fronte