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Página:Diva - perfil de mulher.djvu/74

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D. Leocádia veio receber-me.

— Já sei que está muito curioso de saber o motivo deste jantar?

— Creio que, apesar de não ser dos mais atilados, já o adivinhei!

— Deveras! Vamos a ver!

— É mais uma prova da sua bondade para comigo, e de seus repetidos obséquios...

— Pois não acertou! Pretendíamos, logo que se acabassem as obras da casa, reunir aqui todas as pessoas da nossa amizade; porém mano José não entende destas coisas, Geraldo é uma criança... E nós queríamos saber a opinião de uma pessoa de gosto... Talvez note alguma coisa que não pareça bem!

Era um pretexto. D. Leocádia repetia a lição que recebera da sobrinha. O império dessa menina era tal que não impunha unicamente obediência às pessoas que a cercavam; obrigava-as a se identificarem com a sua vontade, anulando-se.

Emília apareceu. Na simplicidade extrema de seu trajo ela parecia apenas vestida, tal era o realce de sua beleza nativa, e a sobriedade dos enfeites; entretanto nunca roupas de virgem foram assim avaras de encantos. A beleza não se mostrava, transparecia.

Ela vinha, como sempre, coroada pela régia altivez, que era o gesto de sua formosura; porém nesse dia perpassava-lhe na fronte de ordinário tão límpida uma tênue sombra, de uma mágoa talvez.