respondeu-me com encantadora ingenuidade.
Meu coração abriu-se de novo à doce esperança, que dele se partira.
Depois desse baile, a casa de Duarte recebeu todos os domingos a sociedade que D. Matilde reunia habitualmente nas quintas-feiras. Encontrava-me pois com Emília dois dias na semana, além das visitas que algumas tardes fazia ao Rio Comprido.
As vicissitudes de frieza e indiferença, com que Emília me tratava, não tinham nada que se parecesse com o jogo bem conhecido das moças loureiras, que desdenham quem as persegue e procuram quem as foge. Não havia regra nos seus caprichos. Quando ela queria vir a mim, vinha, sem afetação, francamente, estivesse eu perto ou longe, embebido a contemplá-la ou distraído ao braço de outra moça.
Emília não tinha rivais, não me disputava a ninguém; dominava-me na soberania de sua beleza, e atraía-me ou arredava-me a seu bel-prazer, com um cenho apenas da sua graciosa majestade.
Eu era para essa moça como um vaso onde ela guardava as essências de sua alma para mais tarde aspirar-lhes o perfume. Quando chegavam as