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DOM JOAO VI NO KRAZIL 145

para a capitania, mostrando em todo caso nao ser estranho a grande superioridade numerica das ragas inferiores.

A riqueza da Bahia provinha nao somente das fontes ordinarias do algodao e do assucar, como do cultivo do fiimo e da pesca da baleia. O fumo representava uma parcella im- portante da exportagao de Portugal para o resto da Europa e figura como tal insistentemente nos respectivos tratados de commercio, mas entrara a ser tao trlbutado a sahida do Reino para o estrangeiro que os consumidores, diante d,i elevacao do prego, tiveram que se afastar. Sendo porem supprimidos estes nocivos direitos e ficando apenas de pe a taxa da armazenagem, a exportagao novamente cresceu, crescendo proporcionalmente os lucres do productor bra- zileiro. Grande quantidade do tabaco em po, de qualidade inferior, ia para Africa a servir no trafico, com elle com- prando-se escravos. As qualidades superiores, de envolta com a inferior eram sobretudo reexportadas para Genova, Hes- panha, Hamburgo e Franga. Em Portugal existia um es- tanco regio, mas a venda para fora permanecera natural- mente franca.

A pesca da baleia tambem constituira exclusivo de uma companhia de Lisboa, que possuia suas armagoes na Bahia, na ilha de Itaparica, e n uma enseada entre a cidade e o cabo de Santo Antonio, e auferira lucres bem maiores que o prego do monopolio. Os Americanos, com seu espirito entao aggressivo de livre concorrencia, tinham comtudo chegado a esses mares nas suas baleeiras e mal ferido o privi- legio da companhia portugueza, cuja actividade andava pelo contrario forgadamente restricta as paragens tradicionaes. A pesca tornara-se afinal livre, cessando o regimen de con- trato. Com o seu faro de commerciante, calculou Tollenare

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