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162 DOM JOAO VI NO BRAZIL

d agua precisas para bebida e limpeza dos habitantes, ou os artesanos que, de troncos mis, sovelavam calgado, recorta- vam sola para selins e batiam folha de flandres nas lojas e officinas escuras.

Nos campos, ja se sabe, encontravam-se os lavradores, proprietarfos ou aggregados, os mineiros e os criadores de gado : a gente do sul, plantadores ou cagadores de ouro, com escravos bastantes para o trabalho rural, as lavagens de areias e cascalho e os transportes em carros e sobretudo em bestas, services tambem executados por numerosos homens livres; a gente do norte, senhores de engenho e cultivadores do littoral e terras immediatas, com fartas escravarias; os vaqueiros dos sertoes, com limitadas turmas de escravos. Predominavam os homens livres entre este elemento pastoril, assim como entre os Pescadores jangadeiros e canoeiros de tod a a costa.

Em toda essa symphonia de bureis castanhos, gangas, casacas azul ferrete, madapoloes encardidos e couros molles, as notas mais claras e estridentes eram as fornecidas, dentre as capas de panno de cor, pelos timoes femininos de viva seda lavrada, de velludo carmezim ou azul luminoso; as mais sombrias e tristes pelos de baeta azul escura ou preta que, com suas mangas dependuradas de que se nao fazia uso, en- volviam todo o corpo e cobriam ate a cabeqa.

No moral da populacao nacional sao Concordes todos os exploradores e viaj antes estrangeiros em destacar dous tragos que Ihe deviam ser communs a cortezia e a hospi- talidade. Moradores das cidadcs como dos campos testemu- nhavam para com os forasteiros delicadeza e agasalho, si bem que se resentissem promptamente de desattengoes e exhi- bissem facil e ate feroz ciume.

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