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218 POM JOAO VI NO BRAZIL

mais ou menos segundo o grau de identificagao das suas vistas respectivas. Um ministro como Linhares, renovador e ao mesmo tempo aferrado ao systema absolutista, convi- nha-lhe particularmente. Ninguem mais do que esse rei pu- sillanime, estimava levar por diante os seus projectos e pos- suia um geito muito d elle de fazer prevalecer sua vontade sem hostilizar violentamente as dos seus conselheiros, que conservava quasi sempre enciumados e divididos para mais facilmente governar. O filho Dom Pedro, tao impetuoso e voluntarioso, foi incomparavelmente mais influenciado pela camarilha do que jamais o havia sido o pai.

Tampouco o dominava a velha nobreza, que ate nao se Ihe dava de humilhar concedendo titulos a plebeus enricados pelas suas ligaqoes com o Estado, conforme aconteceu em Lisboa com Quintella e Bandeira, e no Brazil com Azevedo e Targini, agraciados com os titulos de visconde do Rio Secco e barao de Sao Lourengo ( I ) . Dissimulando a sua obstinagao sob apparencias muito brandas e cedendo sempre que o apertavam seriamente, mesmo porque era intelligente e perspicaz em demasia para teimar ate a ultima, foi Dom

��d) Tendo Targini, depots de ennobrecido, come^ado a as- signar-se com as inicia^s B. L., sahiu-se um do,s muitos pssquins que a proposito d essas merces se publicaram, com a seguinte commentario poetteo, que Marro eos reproduz na sua carta de 29 de Fevereiro de 1812 :

1. Purta Azevedo no Pago, Tai-gini rouba no Erario ; E o Povo afflicto carrega iPezada cruz ao Calvario.

2. G3. L. no Calvario

Bom Ladrao ; L. B. no Erario

Ladrao Bruto ; Pols que faz ?

Furta ao Publico.

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