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224 DOM JOAO VI NO BRAZIL

ram um real ao Erario, correndo seus gastos pela policia, que obtinha taes recursos pecuniarios agenciando subscri- pgoes e angariando activamente donatives entre a classe rica. O Intendente affirmava "ser um dever da policia trazer o povo entretido e promover o amor e respeito dos vassallos para com o soberano e sua real dynastia." Tambem Ihe pa- recia dever da policia, ao mesmo tempo que taxar os abasta- dos, amparar os indigentes; pelo que, entre outras providen- cias, mandou no local da Nova Se, onde hoje fica a Escola Polytechnica, levantar pequenas casas nominalmente arren- dadas a pobreza.

Igualmente se exerceu a generosidade dos amigos do Intendente no tocante ao aquartelamento das trez compa- nhias de i^ifanteria e uma de cavallaria (i), que formavam o corpo da guarda real da policia organizada por decreto de 13 de Maio de 1809, segundo anniversario natalicio do Principe Regente passado no Brazil. Por conta da mesma munificencia particular corria igualmente o pagamento dos soldos das pragas d essa divisao militar incumbida de vigiar a cidade, reprimir os crimes, cohibir o contrabando, extin- guir os incendios, e mais services de seguranga individual e commodidade da populacao (2).

Era coronel -do corpo de policia Jose Maria Rebello e major o famoso Vidigal, vivo ainda na recordagao flumi- nense, munido da chibata com que surrava sem escrupulos os capoeiras que entraram a infestar e amotinar com suas maltas a pacata cidade, associados aos embarcadigos ebrios

��(1) A comipanihia de cavallaria foi postada no Campo de Santa Anna e as trez d infanteria no Vallongo, Ajuda e Prainha. Outra companhia de cayallaria, mais tarde creada, aquartelou-se em Mata- porcos (Mello Moraes, Brazil Reino e Brazil Imperio, Tomo 1).

(2) Elysio de Araujio^, Estitdo Ilistorico sabre a policia da Ca pital Federal de 1808 a 1831, prime ira parte, Rio de Janeiro, 1898.

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