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DOM JOAO VI NO BRAZIL 249

essa formagao, si bem que o elemento official julgasse, com a elevagao honorifica, remate de tantos melhoramentos effe ctives, ter dado inteira satisf acgao ao impulse de progresso po litico, consequencia do progresso material, e preenchido to- das as aspiragoes moraes da ex-colonia.

Com este estado geral soffreu mais do que aproveitou a Academia de Bellas-Artes, ainda que a situacao devesse em these favorecer os seus designios originarios. Nos dez annos decorridos de 1816 a 1826 o palacio da Academia, de cuja construcgao fora encarregado Grandjean de Montigny, nao logrou, por falta de meios postos a disposigao do architecto, passar do andar terreo com um pavilhao ou templo grego no centre. O bello grupo de artistas, ainda augmentado com a chegada, pouco depois dos passageiros da Calpe, dos escul- ptores irmaos Ferrez, um ornamentista e o outro gravador de medalhas, ja o dispersara entretanto a sorte, nao obstante as providencias do Governo.

Afim de prender esses artistas ao Brazil, Dom Joao VI ao mesmo tempo que os desonerava de obrigagoes officiaes ate inauguracao da Escola, estipulou a cada um a pensao alimenticia de 5.000 francos (12.000 a Lebreton, director do Institute Brazileiro) sob obrigagao de permanecerem seis annos no paiz, que tantos se julgava tempo mais do que sufficiente para a organizagao da Academia em que elles deviam proeminentemente figurar. A referida pensao conti- nuaria a ser-lhes arbitrada em Franga, si para la decidissem regressar, perdendo, bem se entende, todo o direito aos orde- nados que mais tarde deveriam caber-lhes na qualidade de professores.

A liberal provisao do Rei nao poude obstar ao desba- rato do risonho projecto. Lebreton, desanimado com o fal-

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