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DOM JOAO VI NO BRAZIL 297

parecia a mais facil de conciliarem a tradigao com o pro gresso, de tornarem possivel a emancipate, "alcan^ando a independencia scm sacrificios e operando urna revolugao in- cruenta."

N uma reuniao de patriotas fora Belgrano auctorizado a negociar n esse sentido com a Princeza do Brazil, o que elle levou a cabo durante urn anno, de 1808 a 1809, por intermedio do franciscano Chambo, de Presas, de Contucci e do agente do piano no proprio Rio de Janeiro, D. Satur nine Rodriguez Peiia, o qual igualmente e mais que tudo almejava por uma patria independente e livre. Que esta nunca o seria, porem, com Dona Carlota Joaquina, digna irma de Fernando VII na dissimulacao e na prepotencia, logo o prova o facto da Pretendente, ao mesmo tempo que proseguia na intelligencia, denunciar a Liniers o emissario dos patriotas como traidor. O vice-rei, fique notado, nao se subordinava a usurpagao franceza na Hespanha, nem se prestava a favorecer projectos de desuniao, quer em bene- ficio dos filhos da colonia, quer em proveito dos metropoli- tanos ahi residentes: contentava-se com inclinar-se ante as auctoridades de facto que diziam governar em nome do Rei nacional durante o seu impedimenta.

As ideas de liberdade nao encontravam absolutamente echo no cora^ao da filha de Maria Luiza, a qual aspirava ao governo absolute, querendo cingir a coroa sem condi- goes ( i ) . Belgrano e Pueyrredon que, -preso como conspira- dor e obrigado a refugiar-se no Rio, conheceu e tratou a Princeza, nao podiam deixar de convencerem-se elles pro- pnos da infelicidade da sua escolha primitiva, arrefecen- do-se seu enthusiasmo e substituindo-o urn curto periodo de

(1) Mitre, Vida de Bclgrano, Tomo I.

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