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DOM JOAO VI NO BRAZIL 331

seu sentimento de felicidade e com elle a sua fidelidade ante o espectaculo desolador das terras assoladas pela desordem demagogica. Nem seria combatendo as ideas novas que se Ihes impedirfa a propagagao, sim fndo ao encontro d ellas com melhoramentos e reformas. As nacoes estrangeiras colli- gadas que pretenderam ir apagar na Franga o rastilho revo- lucionario, pegaram em vez d isso fogo na explosao que re- duziu varies d ellas a escombros. Os Francezes uniram-se para defeza do seu territorio violado e integridade ameacada, e com a invasao contraria se iniciou a propaganda demoli- dora de que Napoleao foi o agente inconsciente.

O effeito nao variou com a mudanga de hemispherfo. De facto, nao se apressando o governo do Principe Regente em acompanhar a par e passo o vertiginoso progresso dos tempos, a guerra do Sul contribuio antes para por o Brazil no diapasao do espirito de rebeldia. Si a primeira interven- gao houvesse comtudo realizado o motivo que apparente- mente a impellia e poderia desculpal-a cabalmente, a saber, impor a auctoridades recalcitrantes o reconhecimento, pouco depois proclamado em Cadiz, dos direitos de Dona Carlota de Bourbon e Braganga, teria sido curioso o contraste da Hespanha, com suas colonias, governada constitucionalmente de accordo com a liberal lei organica votada nas Cortes de 1812, e de Portugal, com seu imperio, fiel ao seu absolutismo tradicional. Como conciliaria um dia o Principe da Beira Dom Pedro essa opposigao de regimens travada sob a sua coroa uriica ? Muito provavelmente pondo em pratica o que effectivamente faria com relagao a Portugal, quando em 1826 o fallccimento de Dom Joao VI o tornou herdeiro da coroa portugueza: outorgando uma carta de liberdades con- stitucionaes, nivelando politicamente todas as fracgoes da

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