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38 - DOM JOAO VI XO RUAZIL

concorrentes e, quando surgfu a possibilidade d estes appa- recerem, estava ella armada do vantajoso tratado de 1810, tao hostfl pelo seu exclusivismo as outras nagoes e tao pre judicial a propria metropole do Brazil.

A politica de isolamento professada no Reino era de- baixo de certos pontos de vista atrazada e damninha, mas ainda era o que amparava na sua decadencia o commercio portuguez. Hoje, com as modificagoes impostas pelo espi- rito do seculo, denominamos proteccionista tal politica, que nos Estados Unidos tem dado os resultados conhecidos. A abertura dos portos e o tratado Linhares-Strangford deram aquelle commercio um golpe fatal, accentuando-se o seu de- perecimento quando, em 1815, entrou o mundo culto a gosar novamente dos beneficios da paz.

Em 1805 tinham entrado no porto do Rio de Janeiro, sob o regimen do velho monopolio, 810 navios portuguezes; em 1806 entraram 642, em 1807 subiu o numero a 777, sendo quasi igual - -765- -em 1808, para attingir em 1810, sob o effeito combinado da liberdade mercantil e da concen- tragao na capital brazileira dos interesses economicos do im- perio, o algarismo de 1214. Pois dez annos mais tarde, em 1820, apenas 57 embarcagoes portuguezas, procedentes de Lisboa e das quaes 28 somente de trez mastros, fundeavam na bahia de Guanabara, elevando-se tal numero a 212 si ajuntarmos os navios sob pavilhao portuguez vindos da India, Africa e outros paizes da America do Sul.

Sao obvios os motivos de semelhante decadencia. Ao passo que os generos coloniaes entraram a baixar depois da paz geral, merce da crescente producgao de Cuba e dos Es tados Unidos, fazendo as exportagoes d estas terras temivel concorrencia ao nosso algodao, ao nosso assucar e ao nosso

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