438 DOM JOAO VI NO BRAZIL
cracia inquieta, seguir uma politica una e definida. Assim foi que, favoreoendo-o as circumstancias historicas, coube a Dom Joao VI, por menos resolutamente que a sua vontade se prestasse por espontaneo impulse a servir o seu engenho arguto, dar realidade a pianos de grandeza colonial que o espirito de Alexandre de Gusmao devaneara e o do marquez de Pombal abrigara.
E conhecida a importancia qme este grande estadista ligava ao Para cuja administrate, consorciada com a do Maranhao, desligou do resto do Brazil e confiou a seu pro- prio irmao. A defeza militar das possessoes e a diligencia no conservar abertas suas communicacoes terrestres eram, de resto, objectos entao de solicitude maior do que posterior- mente o foram, embora mais adequados os meios. Da ener- gia portugueza dao testemunho as fortalezas espalhadas pelo interior de dous continentes, os vestigios que de esquecidas occupagoes se encontram disperses pelas selvas americanas e pelos sertoes africanos, em pontos que a coragem hodierna julgava inaccessiveis aos exploradores de outras eras. Na questao nao distante da ilha da Trindade encontramos nas ruinas da fortificaqao portugueza a melhor base para a nossa reclamagao, o titulo mais evidente e incontroverso dos nossos direitos herdados.
Sabemos quanto D. Rodrigo de Souza Coutinho, o mi- nistro de Dom Joao VI, juntava tambem a preoccupagao da defeza maritima ou costeira do Brazil a da sua defeza ter- restre ou interna, e que sob este ponto de vista nenhuma capitania Ihe merecia igualmente maior cuidado que a do Para, em consideracao do perigo da proximidade dos France- zes n um momento de inimi zade com a Franca, e da ameaca da questao sempre aberta do Oyapoc. Media elle perfeita-
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