440 DOM JOAO VI NO BRAZIL
tencia colonial, quern sabe si a expansao territorial brazileira, tao bem servida a comeco pelo genio aventuroso dos bandei- rantes de escravos e de minas, nao teria chegado a atravessar os Andes e alcancar o Pacifico, rasgando-se uma porta a beira d esse oceano outr ora deserto e que promette para breve o espectaculo de um immenso trafico ? Nao foi pelo menos por culpa de D. Rodrigo que se nao consolidou o poderio nacional no Norte, por tanto tempo depois descurado, ate que a riqueza extractiva e mineral veio dar impulse e valor a esses territories quasi deshabitados por brancos e praticamente entregues aos indigenas, que somente podem affrontar desassombradamente o seu sol equatorial.
N uma das suas cartas ao Principe Regente (i) refe- ria ainda D. Rodrigo que, tendo lido a arenga do Conselho d Estado que apresentava ao Corpo Legislative francez o tratado celebrado com Portugal, ficara apprehensive com as intengoes napoleonicas de crear na Guyana uma poderosa colonia que viria a tornar-se fatal ao Para e portanto ao Brazil. E porque o seu zelo voava de norte a sul, o encon- tramos pouco depois (2) opinando contra a mudanca da residencia dos governadores de Matto Grosso e da capital d esta capitania, de Villa Bella para Cuya ba, por achar util a posicjio do governo quasi sobre a fronteira, no intuito de mais de perto vigiar os movim entos sempre suspeitos dos Hes- panhoes e de mais de prompto receber soccorros do Para pelos estabelecimentos erigidos nas cachoeiras do Rio Madeira.
D. Rodrigo encarnava pois no governo o imperialismo de que, com toda a sua repugnancra a heroismos, foi a alma aquelle que os publicistas europeus, metade por chiste, me-
��(1) De 29 de Dez. de 1*801, no Arch. Ptvb. (2) Tarta de 5 de Setembro di> ISO J. Hi
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