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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/479

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 457

enfreadamente as plantacoes da flha. Nao contente com esta declaracao domestica, mandou o gabinete do Rio de Ja neiro significar a todas as Cortes alliadas e proclamar nas gazetas de Londres e dos Estados Unidos a falta de exacti- dao da affirmacao levianamente ou pela forga das circurn- stancias incluida na capitulacao "nao tendo havido mais do que a admissao nos batalhoes do Brazil de alguns Komens de cor, que no decurso da campanha se apresentaram como desertores do inimigo e foram alguns delles depois recoihc- cidos serem escravos".

O parecer de Galveas vibra todo de indignacao contra a possibilidade de assacar-se semelhante accusagao a um go- verno tao paternal e sabio quanto o do Principe Regente, "cuja justica e humanidade nao podiam permittir que uma guerra se conduzisse com manifesta transgressao das leis ate agora observadas entre as nagoes civilizadas, e consagra- das no precioso codigo que forma o direito das gentes, e que envolve tambem as leis da guerra, leis que so deixarao de ser respeitadas pelos barbaros fautores da revolugao franceza, os primeiros que, para encaminharem a desolagao as quatro partes do globo, levantarao em S. Domingos a sanguinosa voz da liberdade aos escravos, voz que decidio, no meio dos mais horrorosos tormentos, da vida de quasi todos os habi- tantes brancos que residiao naquella ilha, da devastacjio das suas propriedades, e da continuacao da guerra civil que ainda alii se prosegue a custa de nao interrompidos borbotoes dc sangue."

Entretanto Manoel Marques nao cahira em desfavor, o que faz parecer bastante postiga toda essa indignagao: foi ate promovido a brigadeiro, todos os officiaes que tomaram parte na expedigao, e bem assim os cadetes e porta-bandeiras,

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