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Página:Dom João VI no Brazil, vol 1.djvu/543

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DOM JOAO VI NO BRAZIL 521

tume mais timoratos ou reservados, acolheram a lembranga: tudo leva a crer que a suggestao attribuida a Talleyrand pode ter emanado d elle, mas previamente accordada com o prfmeiro plenipotenciario portuguez, que de facto seria o seu inspirador local. Ao receber as felicitates do encarregado de negocios de Franc/a pela deliberagao tomada, Barca disse- Ihe, o que redobrou o calor das congratulates de Maler, que a medida da elevacao do Brazil a Reino tivera o vivo apoio da opiniao do principe de Talleyrand ( I ) , nao que partira d elle.

A auctoria de Palmella explica que se aproveitassem os trez plenipotenciarios, sem esperarem a resposta do Rio de Janeiro sobre assumpto por varios motivos melindroso, da primeira occasiao que se Ihes deparou - - que foi a accessao de Portugal ao tratado de allian^a offensiva e defensiva pro- vocado pelo desembarque de Napoleao no golfo Juan - para mencionarem officialmente a designacao e fazerem reconhecer indirectamente, d esta forma, pelas quatro gran- des potencias contractantes o titulo de Reino do Brazil.

Palmella assumia desembaracadamente a responsabili- dade porque tinha consciencia de bem agir e tambem, sem que o dissesse, consciencia de enx^rgar mais longe e melhor do que o commum dos homens de Estado da sua terra. Alii em Vienna, acabava elle justamente de ter um excellente en- sejo de verificar quanto diminui am a importancia de Portu gal sua exiguidade territorial e sua escassez de populagao, pelas quaes quasi se vira excluido da commissao preparatoria e directiva do Congresso. As vastissimas dimensoes e os apregoados recursos do Brazil eram que forneciam ao velho Reino o maior da sua consideragao exterior, e como aquellas

(1) Arch, do Min. <los Nog. Est. do Franga.

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