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5-1-2 DOM JOAQ VI XO BRAZIL

medida que as forgas combinadas das outras Potencias da Europa contribuiam com as de S. A. R., para debelar as do inimigo, se lisonjeava o mesmo Senhor progressivamente de se aproximar daquella feliz epocha, em que satisfizesse os seus verdadeiros desejos, de patentear com a sua Real Presenga o sen affecto paternal e a justa gratidao, de que o seu animo esta occupado, para com tarn benemeritos vas- sallos. Apezar destes constantes sentimentos, tarn naturaes ao coragao de S. A. R. tern elle resolvido deferir por algum tempo a sua retirada para Portugal, persuadido de que esta determinagao he nao somente util e indispcnsavel para o bem geral da Monarchia, de que a Providencia Ihe confiou a di- recgao, mas muito particularmente o he para os interesses dos seus vassallos em Portugal, o que certamente elles hao de reconhecer, em consequencia das providencias, que S. A. R. houver de dar, seja para a seguranga, seja para a ligagao de interesses entre os Estados, que constituem a mesma Mo narchia. Entretanto espera o mesmo Senhor a tranquillidade do mundo, extinguindo-se o resto das dissengoens produzidas por uma revolugao, cujos horrorosos effeitos nao tern pa- rallelo na historia humana."

Estas affirmagoes pronunciadas a contra gosto pelo anciao a quern sorria antes a idea de ir morrer em Portugal, nada importavam afinal a nao ser d ellas se poder com bas- tante seguranga concluir que era intengao de Dom Joao nao voltar para a Europa. As cartas de Marrocos represen- tam um documento precioso na sua sinceridade e confianga para ajuizarmos do estado d alma da roda portugueza do Principe Regente, no tocante ao annunciado regresso da corte, dos differentes estadios do projecto, e da dissimulacao

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