DOM JOAO VI NO BRAZIL 55
assustadora. Apparentou, ao que consta, o enviado britannico so querer consentir na retirada do Principe Regente si este promettesse abrir logo ao commercio os portos do Brazil, ceder um a Inglaterra e estabelecer uma tarifa aduaneira insignificante para as mercadorias. Si o nao conseguio, foi em parte porque Antonio de Araujo se nao deixou intimidar e reagiu contra a cilada, e em parte tambem porque se en- contrava no porto de Lisboa uma esquadra russa comman- dada pelo almirante Siniavin. Esta esquadra, nao obstante a allianca existente entre os dous Imperios, recusou todavia mais tarde, a acreditarmos nas queixas de Junot, fornecer-lhe auxilio para combater a insurreigao portugueza patrocinada pelos Inglezes, sem no emtanto conseguir escapar a captura pela esquadra ingleza quando o porto de Lisboa deixou de ser pelo governo britannico considerado neutro.
A 28 publicava o Principe Regente de bordo a sua de- claracao e a 29 singrava a esquadra para o Brazil, assistindo a partida, refere o despacho do almirante sir Sidney Smith, a forga franceza que no mesmo dia occupara a capital e se apinhava nos morros para contemplar, raivosa e impotente, a desapparigao no horizonte da preza mais cobigada.
O Neill insere na sua relagao um incidente ao qual nao teria por certo faltado vibragao dramatica, mas que, nao se achando confirmado em historia alguma ou por outro compilador de memorias da epocha, nem mesmo pela prolixa e bisbilhoteira duqueza de Abrantes, deve ser considerado fructo da sua fantasia celtica. Narra o Irlandez que Junot, vindo a marchas forcadas adiante do grosso das suas tropas, chegara a Lisboa a tempo de obter do Regente uma audien- cia que se teria realizado a bordo da nau Principe Real, na manha de 28 de Novembro, com assistencia de D. RodnVo
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de Souza Coutinho, a quern a approximate politica da In-
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