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722 DOM JOAO VI NO BRAZIL

peranga risonha de uma Lisboa, a abandonada, capital da grande uniao iberica.

Marialva por si via tudo negro: submergidas a coroa, a aristocracia e a religiao no turbilhao anarchico contra que deviam reagir, e luctar por salvarem aquellas naufragas, todas as potencias conservadoras. Foi 1820, e mister nao esquecer, o anno tambem das sangrentas insurreigoes de Napoles e da Sicilia, da intromissao mais activa e mais oppressiva da Austria na Italia, de uma das crises geraes agudas na con- tenda europea da liberdade politica contra o despotismo. Por isso mais se agitava o embaixador portuguez em Pariz junto aos governos da Santa Allianca, para que interviessem contra a disseminagao de tao perigosas doutrinas, organizando a resistencia legitimista n um novo Congresso, o qual decla- rasse que os actos de Vienna e de Aix-la-Chapelle continham virtualmente uma garantia total e reciproca, por parte das potencias signatarias, dos seus respectivos territorios e formas de governo, salvo as modificacoes que cada urn dos sobera- nos julgasse conveniente outorgar, de accordo com os outros, em benef icio dos seus vassallos ( I ) .

O que Marialva pretendia era que, reforcando-se a garantia proveniente dos referidos tratados e que aquellas nagoes se deviam mutuamente, ficasse particularmente asse- gurada a ameacada integridade da monarchia portugueza. Fazia n este ^designio observar que, no caso de perder a dynastia de Braganca o seu dominio tradicional, a realeza de Dom Joao VI se tornaria puramente americana "e de maos dad as com os Estados Unidos consummariao a obra ja muito adiantada da separacao geral do Novo Mundo, o que

��(1) Corresp. de Marialva, no Arch, do Min. das Rel. Ext.

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