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DOM JOAO VI NO BRAZIL 925

nlco chronista ( I ) esta relagao de uma festa brilhante of fe- recida a Princeza Dona Carlota: "S. A. R. a Sra. Princeza D. Carlota com suas Filhas e as competentes criadas forao passar hum dia inteiro ao Palacio novo do Visconde de V- N- da Rainha, no sitio de Botafogo, por convite do mesmo Visconde; e foi a maior pompa que se tern observado, pelo

que pertence a meza e recreio, para obsequiar a SS. AA

Excellente orchestra vocal e instrumental. Danga, refrescos, e tudo o mais que deveria solemnizar aquelle dia, de tudo o Visconde lancou mao, para se distinguir mais do conde da Louza, e findou o divertimento pelas trez horas da madru- gada do dia seguinte. S. A. R. se dignou conferir-lhe a Nova Ordem Hespanhola de Santa Izabel Americana: e passados poucos dias renovou a sua visita, com a difference de nao levar criadas, e foi igualmente servida com a mesma magni- ficencia."

Si o Principe Regente fosse, por seu lado, mais amigo de ostentagao, a corte retomaria certamente todo o seu relative esplendor lisboeta, esse aspecto de grandeza e decadencia que Ihe era peculiar e a que um observador inglez do tempo appli- cava com felicidade a denominagao composta e contradictoria de shabby-genteel (mesquinho-garboso). Dom Joao era, porem, pessoalmente pouco inclinado a pompas, que so tole- rava - - e entao ate as estimulava e apreciava - - em occa- sioes excepcionaes como as da sua acclamagao e do casamento do herdeiro e filho predilecto. No diario dispensava as magni- ficencias posto que nao as etiquetas, e bastantes vezes bus- cava ate na simplicidade, que o tornava tao accessivel, refu- gio e distracgao das fadigas, convengoes e tedios da sua exis- tencia official.

(1) Carta de 23 de Fevereiro de 1816.

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