1024 DOM JOAO VI NO BRAZIL
��"E como se fosse sua ultima taboa de salvacjio, escrevia um sagaz viajante. (i) Prima qualquer outra consideragao. Portugal e Hespanha, Inglaterra e Franc.a, Wellington, Bonaparte e o Principe, pode tudo ir parar nas profundas, comtanto que se nao toque no querido trafico, objecto dos seus devaneios na vigilia e dos sens sonhos no somno. Argu- mento algum tern poder para romper esta ligagao, exce- ptuado o da forga, que e sempre uma medida aspera e por- ventura pouco justificavel, considerado o ciume alimentado da nossa influencia nos conselhos nacionaes, a qual todos, estadistas e mercadores, ecclep- asticos e soldados, anhelam por ver diminuida. Nossa popularidade esta na verdade sus- pensa apenas de um tenue fio, porque a peculiar uniao com mercial com a Gra Bretanha tern sido apodada de tao preju dicial por alguns dos publicistas da terra que, si o governo fosse de indole mais popular, sem duvida de ha muito ella se acharia dissolvida."
Da Inglaterra provinha justamente o mais forte empe- nho para que se nao desatasse o lago que unia Portugal ao Brazil. Nas suas reflexoes diplomat icas (2) dizia o marquez de Saint Simon ser evidente que uma monarchia com o oceano de permeio entre as suas metades, se achava virtual- mente entregue a prepotencia da Gra Bretanha, a qual do- minava suas communicagoes. Por isso instava tanto o gabi- nete de Londres, para que se nao desligasse Portugal do consorcio, pelo regresso da corte. Que futuro independente teria, porem, o velho Reino esgotado, divorciado da sua dynastia nacional? A Hespanha nem tempo Ihe daria para qualquer tentativa. Ainda o Brazil tinha por si um desenvol-
��(1) Prior, 06. cit.
(2) Arch, do Min. do,s Neg. Bat. de Franga.
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