lita. D’aqui despeito, rancor do operario francez, ameaçado no seu pão — e constantes rixas, em que o italiano, naturalmente, puxa a faca, essa faca meridional que enche de horror e de asco os povos do norte.
Foi o que aconteceu em Aiguesmortes, com a aggravante lamentavel de que um bando de italianos que, depois de uma tremenda baralha, se tinham refugiado n’uma malta, foram ahi perseguidos pelos francezes, monteados como lobos, e dizimados a tiro, um a um.
Indignação immensa em toda a Italia. Manifestações em Roma, em Genova, em Napoles. Assaltos aos consulados de França, ultrajes á bandeira da França. E, como nas Vesperas Sicilianas, o velho grito de Morra o francez! acompanhado agora, para maior offensa, do grito novo de Viva a Allemanha!
Os francezes ainda podem tolerar magnanimamente que a Italia, que elles consideram como obra sua, feita pelas suas armas e com o cimento do seu sangue, berre: Abaixo a França! Ha ahi apenas, para elles, esquecimento e ingratidão. Mas não podem supportar que a Italia grite: Viva a Allemanha! Ahi já ha um desafio, e como que uma affronta á dignidade da nação. De sorte que se os italianos assassinados em França indignaram a Italia — a indignação da Italia, sob esta fórma obliqua e quasi ironica de enthusiasmo pela Allemanha, indignou muito mais profundamente a França. E as duas nações estavam já assim, ha duas semanas, em face uma da outra, quietas, mas pene-