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A necessidade da presença ao vivo, do olho no olho e do calor compartilhado entre os corpos, tida como impossível de reproduzir, é o que poupava as artes cênicas dos ventos da cultura digital que há tempos já varreram discos, fotografias, filmes e os tornaram disponíveis a cliques de mouse diante de uma tela de computador. Pois de alguns bons anos para cá os ventos se tornaram furacão e atingiram o teatro; as possibilidades da internet, auxiliada pela cada vez mais desenvolvida nanotecnologia digital, estão conseguindo relativizar até a presença física. Poderia o olho no olho e o calor do tête à tête ser reproduzido em diversos lugares ao mesmo tempo e ainda continuar a ser teatro? Poderia haver, assim, um teatro digital?

Esta obra foi contemplada pela Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet 2010.