da véspera, mas como namorados em partida campestre, às ocultas.
Esse cunho de improviso e de folia era o que mais encantava Amália. Ela que sempre fora menina e travessa queria descontar agora os dias de tristeza. A solenidade da vida conjugal e a serenidade da posição de dona de casa, assustavam a seu gênio faceiro. Assim esquivando-se a pretexto de recato e acanhamento. retardava o momento de assumir suas graves funções.
Chegou porém, o dia.
A mesa estava servida para o almoço. Amália tomou a cabeceira e o marido sentou-se ao lado.
— Onde está Abreu? perguntou o dono da casa Chame-o!
A voz de Hermano tinha uma severidade desusada Nunca Amália ouvirá aquele timbre Ela fitou o semblante do marido, e notou a expressão áspera de sua fisionomia e o olhar imperativo com que ele recebeu o velho criado.
Abreu aproximou-se da mesa com o passo passo dos soldados; dobrou a cerviz por um movimento de engonço, e perfilou-se.
Quando Hermano passou-lhe o prato destinado a Amália ele o conservou na mão imóvel. Foi preciso que o amo lhe desse ordem terminante:
— Para a senhora!