a morta senão essa misteriosa relação, que transparecia em uns longes da fisionomia .
Julieta não era formosa; e toda a sua graça estava unicamente m expressão. A mulher reproduzida em cera era uma beleza estatuária que ofuscava inteiramente o retrato. Como pois tinha Hermano identificado essas duas imagens tão diversas?.
Este fenômeno só podia explicar-se por um modo. Hermano não idolatrava a forma, embora a admirasse quando ela realizava a sua imaginação . O que ele amava era uma larva, um espírito, um duende de beleza imaterial, que transportara a principio para uma mulher, depois para urna imagem e afinal para uma estátua.
Estes pensamentos trabalhavam na mente de Amália, quando recolhida a seu toucador, e atirada em uma poltrona baixa, ela cogitava sobre a cruel revelação que se fizera em sua consciência.
—Achou em mim alguma coisa que recordou Julieta ou antes t seu ideal. Foi minha voz cantando a ária da Lucia que o atraiu; mas falta-me esse encanto, essa fascinação misteriosa que um momento supôs encontrar.
Lançando um olhar ao espelho, onde se refletiam as suas forma esplêndidas, ela suspirou:
— De que vale minha beleza? Ele não a vê,