Hermano voltara da cidade Encontrando-se com ele à hora do jantar, Amália notou a sua expressão esquiva e o olhar suspeitoso que lhe perscrutava a fisionomia. O Abreu sem dúvida contara que ela estivera no gabinete; e o marido receava-se dos efeitos dessa investigação.
O modo expansivo e natural com que o tratou a mulher, foi dissipando as suspeitas de Hermano, que por vezes mostrou um contentamento sincero.
Quando se levantaram da mesa, Amália, disse ao marido com meiguice:
— Eu tinha tanta vontade de conhecer Julieta!
Hermano disfarçou por delicadeza; mas insistindo a mulher e reiterando perguntas sobre as feições de Julieta, ele foi ao gabinete donde voltou com uma fotografia colorida. Era a mesma imagem do retrato a óleo.
— Como e bonita! exclamou Amália com um entusiasmo que o seu amor a obrigava a simular.
— Isso é apenas a sombra de sua beleza. Falta-lhe o olhar, o gesto, a voz.
— De que cor eram os olhos?.
— A cor... Não sei: mas o olhar ainda o sinto: era como o seu agora, Amália.
A moça corou e as pálpebras rosadas vendaram os seus belos olhos cheios de luz.
Continuaram a conversar acerca de Julieta.