contentamento, como se estivesse em sua companhia. As vezes parece que ela me abraça.
Outro dia, no meio de uns idealismos romanescos, teve esta inspiração:
— O amor uniu a alma de Julieta à sua, Hermano. Por que não poderá Unir da mesma forma a alma dela à minha, que também o ama?.
A transformação de Amália já era tão perfeita, que enganava Hermano e até o Abreu, sobretudo quando ela disfarçava com uma renda preta os seus lindos cabelos louros, ou mesmo tingia com algum cosmético.
O velho criado habituou-se a ver nela a imagem de Julieta, e desde então envolveu-a na afeição que votara à sua filha de criação. Estimou a, como se estima um retrato de pessoa a quem se quer.
Quanto a Hermano, tinha momentos de completa ilusão, em que supunha se transportado aos tempos de seu primeiro casamento. Apagava-se então de sua memória todo o tempo que vivera depois da morte de Julieta e ele era feliz como se ainda tivesse a seu lado a mulher a quem amava.
De repente, porém, uma circunstância qualquer, um incidente mínimo, que Amália não percebia, talvez um volver dos olhos, uma inflexão de gesto, o contato