Que saudades não sentiam um do outro nesses momentos; e com que anelos encontravam-se de novo na sua querida solidão?
Amália era então uma criança de nove anos. No dia do casamento tinha vindo do colégio passar o domingo com a família. À noite vira a chácara vizinha iluminada e os noivos que chegavam com grande acompanhamento de carros.
Reparando na elegância e garbo do par que subia as escadas de pedra alcatifadas de fino tapete, a menina pensou no dia de seu casamento; e desejou que seu noivo fosse tão lindo como aquele. Nos outros domingos que passava em casa, quando chegava à janela, via os noivos sempre juntos passeando no jardim, ou sentados em um banco à sombra dos bambus.
Um dia ardeu-lhe a curiosidade de espiar os aposentos da noiva. O fundo da chácara dava para a montanha; e o declive fora cortado em socalco com terraços que se sucediam em degraus. De uma dessas elevações dominava-se a casa vizinha, especialmente a asa do edifício, que ficava fronteira, a duas braças apenas de distância.
Foi daí que Amália, aproveitando uma ocasião em que as janelas estavam abertas, viu o