De repente, sem motivo, e sem consciência, enchiam-se-lhe os olhos d?água. As lágrimas doutros tempos eram orvalhos para as boninas de seu gentil sorriso; estas de agora corriam lentamente e deixavam nas faces um brilho lívido.
A família assustou-se com esta mudança. Às perguntas inquietas da mãe, Amália respondia que andava aborrecida; e entretanto recusava as distrações que lhe ofereciam.
Afinal, tendo perscrutado debalde a causa da súbita transformação da filha, D. Felícia a atribuiu a uma dessas moléstias nervosas, a que são muito sujeitas as moças fluminenses, pela falta de educação higiênica. Resolveu então a família passar algum tempo fora da Corte. Foram para Petrópolis.
Nos primeiros dias, Amália recobrou a sua antiga alegria; e voltou à vida agitada e folgazã. Os passeios de carro descoberto, as apostas a cavalo, e as partidas campestres, reanimaram-lhe o gosto da sociedade e a restituíram ao seu natural.
A moça conseguiu durante alguns dias atordoar-se e submergir as suas recordações num turbilhão de prazeres ruidosos, mas que não lhe davam senão a alegria artificial do momento. Ao cabo de alguns dias cansou. A tristeza que tinha espancado à força de movimento e agitação