importantes, quando efetivamente não se ocupavam senão de trivialidades já muito repetidas.
Nessa fase da existência de Amália e Hermano, nada há de novo e de particular. Foi o que tem sido sempre e há de ser eternamente a aurora do amor. Quem não conhece essas doces alvoradas do coração, que espancam todas as sombras e nos transformam a vida em um esplendor?
Hermano não se lembrava mais do homem que fora; nem tinha consciência de outra vida, senão essa que lhe trouxera Amália. Quanto à moça, os seus primeiros terrores, a indignação que sentira, o segredo que surpreendera, tudo se dissipara como por encanto. Ignorava o passado. A viuvez de Hermano, as relações dele com a desconhecida; ela não sabia mais disso; não sabia senão que amava.
Como se havia operado esse milagre? Ninguém o poderia explicar, nem eles mesmos, que não tinham consciência da revolução profunda consumada em sua vida no espaço de alguns dias apenas.
Mais de três anos foram vizinhos, avistando-se freqüentemente, sem que se preocupassem um do outro. De repente algumas palavras de uma conversa, algumas notas de uma ária, decidiram de seu mútuo