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Página:Eneida Brazileira.djvu/111

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LIVRO IV.


Já traspassada, em vêas cria a chaga,
E se fina a raínha em cego fogo.
O alto valor do heroe, sua alta origem
Revolve; estampou n’alma o gesto e as fallas;
5Do cuidado não dorme, não socega.
A alva espanca do pólo a noite lenta,
Lustrando o mundo a lampada phebéa;
Louca á irmã confidente então se explica:
«Suspensa que visões, Anna, me aterram?
10Que hóspede novo aporta ás nossas plagas?
Quam gentil parecer! que acções! que esfôrço!
Creio, nem creio em vão, provêm dos deuses.
Temor vileza argúe. Dos fados jôgo,
Ai! que exhaustas batalhas decantava!
15Se em grilhões nupciaes não mais prender-me
Fixo não fôsse em mim, dêsque trahiu-me
Com morte o amor fallaz; ao tóro e fachas
Tedio se não tivesse, eu talvez, Anna,
A esta só culpa succumbir podera.
20Depois que o meu Sicheu me foi roubado,
Mão fraterna os penates cruentando,
Este único abalou-me, eu t’o confesso,
E a vontade impelliu-me titubante:
Sinto os vestigios da primeira chamma.
25Mas engula-me o abysmo, antes me arroje
Do Omnipotente um raio ás sombras fundas,
Pallidas sombras do ennoitado inferno,
Que eu te viole, ó Pudor, e as leis te infrinja:
Quem a si conjuntou-me e a flor colheu-me,
30Comsigo minha fé sepulto guarde.»