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Página:Eneida Brazileira.djvu/148

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Dos ossos de meu pae jazigo amado?»
Zephyro, então servindo, o panno atesa:
Por vagalhões a frota ao pôrto voa,
E alegre emfim atraca á nota arêa.
35De excelso cume enxerga os socios vasos,
Admira a vinda, e em pelle de ursa libya
E em dardos ouriçado, accorre Acestes.
Que em mãe teucra o gerou Crimiso rio
Não lhe esquece: os parentes que alli tornam
40Gratulando consola, e com refrescos,
Lhana agreste abundancia, acolhe e trata.
O albor os astros mal do eôo expulsa,
De toda a praia os seus convoca Enéas,
E de elevado combro assim lhes falla:
45«Dos deuses prole, ó Dárdanos sublimes,
A annual vólta os mezes completaram,
Dêsque as reliquias de meu pae divino,
Funebre altar sagrando, sepultámos.
Se não érro, eis o dia (oh! céo, quizeste-o)
50Sempre agro para mim, sempre solemne.
Fôsse eu nas syrtes Gétulas banido,
No seio Argolico e em Mycenas preso,
Celebrara com pompa o anniversario,
De acceitos votos cumulando as aras.
55Não, dos deuses não foi sem providencia
Esta nossa arribada a pôrto amigo:
Junto ás cinzas de Anchises nos achamos.
Eia, a memoria sua honremos todos:
Peçamos-lhe bom vento, e em novos muros
60Templos dicar me outorgue, onde cad’anno
Estes meus sacrificios lhe offereça.
Duas rezes por nau vos dá benigno
O hóspede e sangue nosso: os patrios divos
Convidai para a festa, e os que elle adora.
65E, se arraiando o mundo a nova aurora,