Será do avô refúgio o Marcio Romulo,
De Ilia, prole de Assaraco, nascido.
Vês que o elmo lhe adornam dous cocares,
E o padre o marca de esplendor sidereo?
805A inclita Roma, por auspicios delle,
O orbe, Enéas, fecunda em grandes homens,
No imperio ha de abranger, na mente o Olympo,
Sete montanhas n’uma só cidade:
Qual torreada, ufana mãe dos deuses,
810Corre em Phrygia no coche a Berecinthia,
Que cem netos celícolas abraça,
Todos em alto grau, ditosos todos.
Volve os olhos, contempla os teus Romanos.
Julio ahi tens e a geração de Ascanio,
815Para exaltar-se ao pólo. A ti bem vezes
Eis, eis o promettido, Augusto Cesar,
Diva estirpe, varão que ao Lacio antigo
Ha-de os saturnios seculos dourados
Restituir, e sôbre os Garamantes
820E Indos seu mando propagar; dos signos
Clima alêm situado, alêm das rótas
Do anno e de Sol, por onde aos hombros vira
O celífero Atlante o eixo ardente
De estrellas tauxiado. Os caspios reinos
825Já do agouro da vinda se horrorisam;
E a meotica plaga e as septiduplas
Fozes do Nilo turbidas trepidam.
Nem o que a cerva erípede varara,
Que apaziguara as matas do Erymanto,
830E a Lerna com seu arco estremecera,
Tanto peregrinou; nem victorioso
Libero, que do Nysa expede os tigres,
E dobra os cumes com pampineas redeas.
E inda estender a fama duvidâmos,
835Ou n’Ausonia assentar nos tolhe o medo?
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