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Página:Eneida Brazileira.djvu/294

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Eis os campeões que as bodas nos disputam!
Que deus, que insania vos lançou na Italia?
Atridas cá, nem fraudulento Ulysses;
Rija estirpe encontrais. No rio e ao forte
595Gelo os recemnascidos roboramos:
Caçam ledos, a mata infantes batem,
Do arco assettêam corneo, amansam poldros:
Moços, trabalho aturam, comem pouco,
Domam de ancinho a terra, expugnam praças.
600Gasta a idade em batalhas, de hasta inversa
Picamos nossos bois; nem torpe as fôrças
A velhice nos míngua e o vigor d’alma;
O elmo nos preme as cãs; recentes prêsas
Nos praz sempre acarrear, viver de roubos.
605Trajais múrice ardente, em cróceas galas
Amolleceis; agradam-vos choréas,
Laços nas coifas, tunicas de mangas.
Phrygias, não Phrygios, pelo Dindymo ide;
Á tibia afeitas bísona, esses gladios
610A homens largai: da Berecynthia o buxo
Ideu vos chama, e adufes e tymbales.»
Pragas, jactancias, não lh’as soffre Ascanio:
De frente ajusta a setta ao nervo equino;
Encurva as pontas, e detido a Jove
615Implora humilde: «Omnipotente padre,
Annue á nova audacia; eu dons solemnes
Te offertarei no templo, e ante os altares
Branco novilho de dourada fronte,
Que á mãe se iguala e entona-se, remette
620Já de corno e de pés a arêa esparge.»
Do céo sereno, á esquerda, o rei troveja:
O arco estala mortífero, e despede
Horrísono farpão, que as fontes cavas
De Remulo atravessa. «Vai, moteja
625Do dardanio valor. Dos bi-captivos