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Agora, porem, votado ao ostracismo pela ingratidão de sua patria, essa victima illustre refugiou-se nas recordações do passado e exhalou em hymnos sublimes as angustias supremas de sua alma.

Que nobre elevação de espirito, que dignidade altiva tranluz nessa ode sublime que elle dedicou ao poeta desterrado!

«O' lyra brasileira que inspiravas,
Com teus hymnos, no peito amor de glorias,
Tu que o pranto da esposa suspendias,
Quando ausente o guerreiro;

Ora do triste vate no desterro
Já não accendes de Mavorte o fogo:
Nem cantas os tropheos da patria amada
Com magica harmonia.

Fica pois, lyra inutil, pendurada
De secco ramo, ou temperada agora
Em tom mais brando, vai soar tristonha
Em acanhado estylo.


    desterro, onde as circumstancia, me não permittem mais por ora; ouso offerecer-te estes poucos e desvairados versos — Farpados restos do traquete roto. Além das poesias originaes, figuram nesta collecção traducções em verso de Ossian, da Theogonia de Hesiodo, Olympicas de Pindaro, Noites de Young, Eclogas de Virgilio, Paraphrase dos Psalmos, etc. Os Srs. Eduardo & Henrique Laemmert fizeram uma 2ª edição (Rio de Janeiro — 1861) destas poesias, accrescentando-lhe as odes avulsas do autor e as cantigas bacchicas; edição nitida, ornada com o retrato do autor, e seguida de sua biographia.