Sentei-me de golpe, aturdido, assombrado; passei à saleta, medroso; olhei — deserta. O meu relógio de bronze sobre a mesa marcava justamente as três horas.
Teria sido um aviso? Ela? A pedir a minha companhia para não ir solitária por aquelas ruas sob a tristeza inclemente de um céu de inverno, ela que viera pelo sol, demandando a luz formosa e vital dos nossos dias?
Seria? Chamei Alfredo e, nervoso, mal lhe senti os passos no corredor, corri à porta a despachá-lo com o recado:
— Encomenda um carro pelo telefone. Depressa! É sempre às quatro?
— Sim, senhor.
— Brandt já veio?
— Creio que já, porque o chalé está aberto.
— Então vai. Um coupé. Refresquei o rosto e comecei a vestir-me, sempre preocupado com a sensação que me despertara.
Diante do espelho, sem ver-me, pensava: Oh! Os meus nervos! Os meus pobres nervos excitados começavam a afrouxar em tibieza