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rosas à botoeira, mulheres em decotes que lhes despiam esgargaladamente o colo e o dorso. Uma orquestra oculta executava com suavidade.

Sulivan, sempre impassível, era indiferente ao trabalho, ao trabalho que me aturdia e enervava.

Lá fora, á noite, o babarizo crescia através de um rumor contínuo e escachoante. A todo o momento, no falário alegre, por entre risos casquinados detonavam garrafas.

Era a hora abundante do regalo — o ouro fundia-se em gozo. E no square os carros passavam por entre alas de miseráveis que esmolavam, corriam com a pureza ao vício ou espreitavam o momento oportuno do furto ou do assalto violento, à mão armada, na sombra.

Sulivan, mal terminávamos o jantar melancólico, convidava-me para os “divertimentos da noite”. Íamos aos teatros, às salas de concerto, aos circos colossais, aos cafés eróticos. Eu seguia-o arrastado. No primeiro instante tudo me deslumbrava, mas a admiração