Página:Esphinge.djvu/279

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vertigem e tudo, à volta de mim, pôs-se a giro-girar e eu tive a sensação de ir pelos ares, com a casa, desabaladamente, levado num alô de ciclone.

Estendi as mãos como em busca de amparo, ergui-me atônito, cheguei a caminhar alguns passos sem equilíbrio, fui de encontro à mesa e, ao descobrir a minha imagem no espelho, eriçaram-se-me os cabelos de pavor.

Arrojei-me em ímpeto de fuga, mas os meus movimentos eram contrariados por uma força superior. Quando eu julgava haver avançado achava-me no mesmo lugar lutando, debatendo-me inutilmente.

Chorei. As lágrimas rolavam-me dos olhos grossas e silenciosas.

As palavras formavam-se-me no cérebro, vinham-me à boca e retrocediam sem eu as poder dizer; o mesmo grito arremetia e recuava como a pelota que um frontão repulsa. Era horrível!

Eu estava possuído, era uma vítima daquele demônio sucubo que me infiltrava na alma os seus sortilégios.