salve”. E, um momento ainda, manteve a atitude contemplativa; por fim, sentando-se e servindo-se de assado, exclamou: — Maravilhoso!
Riram. Miss Barkley meneou a cabeça condescendente.
— Isto é teu? Perguntou Penalva.
— Meu?! E os olhos vivos do Decio, cravados no colega, lampejavam. Ó bárbaro! Pois não sentes o gênio? Isto é do divino Flaubert. É a invocação de Salambô. E, voltado para a noite quieta e branca, de um calor macio e tocada do aroma das magnólias, erguendo o copo a toda a extensão do braço, exclamou: Gelo!
— Grande memória! Gabou o comendador.
— Extraordinária! Confirmou Penalva. Recita páginas e páginas. Versos, então... Sabe volumes inteiros de cor. Baudelaire, por exemplo... é só pedir por boca.
— Nem tanto, meu caro, contrariou, com modéstia, o estudante; sei uma ou outra poesia. Mas logo, exaltado: Também quem não decorar Baudelaire não sente, não tem alma.