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No meu sonho desta vida,
Outr’ora por mim tão qu’rida
Já perdi a illusão —
Tudo no mundo é vaidade —
Hypocrisia, falsidade,
E n’amizade traição!
Debeis sons de minha lyra;
De minha lyra tão nova,
Canta a minha desventura,
Em singella e triste trova.
Vistam gálas de tristura
D’atro fel d’amargura
Os meus cânticos de dôr —
Que só creio em Deus pod’roso,
E de Mãe o bondadoso —
Na terra unico amor!
Esses seios virginaes —
Esses labios de carmim —
Que tanto cantara os Poetas
Não nos quero para mim : —
Eu já nelles tive crença,
Mas apóz atra sentença
Sobre mim impios lançaram;
Fui amado e bem querido,
Mas que amor tão fementido,
Foi o amor que me juraram!