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O que soffre o meu peito
Por ti que és formosa
E que és meu amôr
Carlinda attende
Teu triste cantor!
Se extremos concedo
Á tua beldade
Vem mão oppressora,
Que sem piedade
Nos enche de dôr;
Carlinda attende
Teu triste cantor!
Se o meu ao teu fado
Intento ligar,
Sorte impiedosa
Nos quer separar
Com duro rigor;
Carlinda attende
Teu triste cantor!
Porém nem o fado,
Nem mão oppressora,
Nos póde roubar
Um bem, qu’é penhora
De Deus — Creador.
Carlinda attende
Teu triste cantor!