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Página:Espontaneidades da minha alma.djvu/68

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Esse anjo que na terra
Minh’alma idolatrou.

Quem venturas só do Ceo
Magamente m’infiltrou
A mim, que louco d’amor,
Louco e insano me tornou.

Rema, rema, gondoleiro,
Que bem me faz teu remar,
Corta as vagas, rema, rema,
Corre e vôa sem parar.

Porém não! — Cassa a vela,
Leva remos, gondoleiro,
Eis o porto do meu fado
Do meu fado derradeiro.

Vou cumprir uma missão —
Não sei mais se voltarei
Nunca digas, gondoleiro,
As vozes que aqui soltei!