Saltar para o conteúdo

Página:Espumas fluctuantes (corr. e augm.).djvu/250

Wikisource, a biblioteca livre
242
ESPUMAS FLUCTUANTES


Se eu te dissesse que ao relento frio
Dei minha fronte á viração gemente,
E olhando o rumo de teu lar saudopo,
Molhei as trevas de meu pranto algente,

Se eu te dissesse, bella flor das salas!
Que eu dei teu nome dos sertões ás flores....
E ousei, na trova, em que os pastores gemem,
Por ti, senhora, improvisar de amores,

Se eu te dissesse que tu foste a concha,
Que o peregrino traz da Terra Santa,
Mago amuleto que no seio mora,
Doce reliquia... talisman, que encanta...

Se eu te dissesse que tu foste a rosa,
Que ornava a gorra ao menestrel divino;
Cruz, que o Templário conchegava ao peito.
Quando nas naves reboava o hymno;

Se eu te dissesse que tu és, criança!
O anjo da guarda, que me orvalha as preces
Se eu te dissesse... — Foi talvez mentira. —
Se eu te dissesse... Tu talvez dissesses!...

Fazenda de Santa!sabel, 16 de Agosto de 1870.